O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é segunda causa de morte no Brasil e no mundo e a principal causa de incapacidade funcional. Em 80% dos casos, o AVC é do tipo isquêmico, ou seja, é causado pela obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro. Quando isso acontece, os neurônios começam a sofrer com falta de oxigênio e morrem em uma taxa de quase 2 milhões de neurônios por minuto.
Agora, o Hospital de Base de Rio Preto faz também a trombectomia mecânica para tratar o AVC (Acidente Vascular Cerebral)
Mais recentemente, um novo procedimento, chamado de trombectomia mecânica, comprovou ser bastante eficaz na restauração do fluxo das artérias cerebrais e na redução de sequelas do AVC e vem sendo adotado pelos principais centros médicos do mundo. Agora, o Hospital de Base de Rio Preto passa a realizar a trombectomia e, já em seu primeiro procedimento, comemora a recuperação do paciente, o comerciante João Ronaldo Bonfá de Carvalho. Aos 29 anos, ele chegou ao HB sem falar e com o lado direito do corpo paralisado e, após fazer a trombectomia, deixou o hospital recuperado.
Por enquanto, a trombectomia não é realizada pelo SUS, fazendo parte apenas dos tratamentos oferecidos pelos planos de saúde, conforme determina a ANS. O Hospital de Base e outros centros médicos do Brasil querem, no entanto, mudar este quadro. Para isso, iniciaram recentemente estudo com 690 pacientes em todo o país para atestar a viabilidade de se realizar a trombectomia mecânica no tratamento do AVC em pacientes da rede pública. “Este trabalho conjunto de vários hospitais brasileiros irá confirmar o que estudos já feitos nos Estados Unidos, Canadá e Europa com milhares de pessoas já demonstraram: a eficácia do procedimento. Desta forma, ele poderá ser adotado em nossa saúde pública”, afirma Dra. Raquel Hidalgo, neuroradiologista intervencionista do HB.
Até então, no Brasil, para quem sofre AVC, o tratamento convencional é injetar remédios trombolíticos para dissolver o coágulo que entope a artéria do cérebro. “Este tratamento, no entanto, só tem eficácia se administrado até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Além disso, ele não consegue sozinho desobstruir artérias de grande calibre do cérebro. Já, na trombectomia, o médico pode retirar o coágulo até oito horas depois do AVC com sucesso. Por isso, é muito importante que a suspeita e diagnóstico sejam realizados de forma rápida e esses pacientes sejam encaminhados a um centro de referência para serem atendidos dentro do prazo que permita maior chance de reestabelecimento ”, diz Dra. Raquel.
Foi justamente esta agilidade que teve a neurologista Mariana Battaglini, chefe do Ambulatório de AVC do Hospital de Base, ao receber o comerciante João Ronaldo Bonfá. O perfil do paciente e seu quadro de saúde levaram-na a imediatamente entrar em contato com Dra. Raquel para realizarem a trombectomia. Dra. Mariana, no entanto, ressalta: “Para ser indicada, a trombectomia depende de alguns fatores, como a localização, tamanho do coágulo e o perfil do paciente.”
Na trombectmia mecânica, coágulo no cérebro é retirado
Basicamente, o procedimento consiste em colocar um cateter no interior das artérias da perna e avançar até alcançar a área ocluída do cérebro. O coágulo é aspirado, desobstruindo a passagem para o sangue circular. Caso não seja possível aspirar o coágulo, ele é retirado por um stent, uma prótese expansível em formato de tubo, que ajuda a aprisionar e extrair o coágulo.
Hospital de Base possui Unidade de Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O Hospital de Base possui, desde o ano passado, a Unidade de Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), especializada nos cuidados a este tipo de doença, já que a agilidade no atendimento é fundamental para a melhor ou total recuperação do paciente. O grande diferencial da Unidade é realizar a terapia trombolítica (ou trombólise), método que pode reverter o quadro clínico do AVC.
A Unidade possui 10 novos leitos na Emergência do SUS do HB, ocupando área de 350 m², com equipe multiprofissional especializada e especialmente dedicada a pacientes com AVC. São dois médicos (supervisor e residente - este à disposição 24 horas), cinco enfermeiros (um supervisor e 4 clínicos) e 10 técnicos, estes trabalhando também em escala de 24 horas), fisioterapeutas (24h), nutricionistas e fonoaudiólogos.
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