Quanto você investe na sua relação?


É cada vez mais comum o número de casais que acabam deixando o relacionamento por falta de disposição e dedicação para fazer a relação dar certo. O termo investir é relativamente novo quando falamos de relacionamento. Não se refere às finanças, mas, sim, ao quanto do seu tempo você pode destinar à relação.
Uma pesquisa publicada pelo Instituto do Casal de São Paulo avaliou o investimento dos casais brasileiros em seus relacionamentos. Um dos principais resultados mostrou que 60% das pessoas casadas, que moram junto ou que têm um relacionamento estável, dedicam uma hora ou menos por dia ao relacionamento.
E essa falta de tempo está diretamente relacionada à outra pergunta da pesquisa que trouxe um dado curioso: a falta de tempo é para mais metade dos entrevistados (54%) o que mais interfere no desejo sexual, perdendo apenas para a falta de apoio e reconhecimento (48% e 40%, respectivamente).
O psicólogo e psiquiatra, Marcus Gabriel diz que quando isso acontece, a recomendação é enxergar a relação. “Do que se constitui a relação? Quais são os ingredientes que estão sendo necessários a ela e quais os que estão influenciando negativamente? Se o casal parar para reavaliar o âmago de seu relacionamento, vai encontrar meios de maximizar o tempo conjugado em prol da relação. O que acontece é que cada um está amplamente ocupado com atribuições individuais e isso é uma grande fuga e sabotagem”, relata.
O casal Elaine de Oliveira e Flávio Antonio Catarucci, de Bady Bassitt, infelizmente está dentro das estatísticas divulgadas. Casados há 16 anos, eles relatam que tiveram poucos momentos para curtir o relacionamento, já que os filhos vieram rápido para completar a família.
“Muitas vezes a gente não percebe que isso acontece. Temos nossas ocupações e acabamos adiando quando o assunto envolve apenas o casal. Vamos empurrado e deixando sempre para a próxima semana. Com três filhos, hoje com idades entre 17, 13 e 6 anos já nos organizamos melhor e conseguimos dedicar dois dias por mês para nós. A cada 15 dias deixamos as crianças e voltamos a namorar”, detalha Elaine.
Flávio e Elaine se conheceram quando ele trabalhava como policial na cidade de Buritama. Ela, por sua vez, era atendente em uma loja de conveniência. Foram três meses de namoro até que Catarucci fosse transferido para São Paulo. O namoro foi a distância, até que eles resolveram morar juntos depois de três anos de relacionamento.
“Quando entramos na rotina de casados desempenhamos papel de marido, chefe de família, mulher, mãe e profissional. É uma tendência natural do casal. Ou ficamos juntos ou demoramos pra recuperar isso. Tivemos a nossa primeira filha, Emanuelly logo que nos conhecemos e, por isso, acabamos não vivendo a fase do namoro como a maioria dos casais. Além disso, sempre moramos longe dos avós, o que dificultava nossas saídas como marido e mulher”, explica Flávio.
O psicólogo e psiquiatra diz que quando o casal entra nessa rotina, conversar e sugerir mudanças é a melhor alternativa. “Dialogar sobre o que é pertinente à relação e deixar de lado assuntos superficiais. Vamos falar sobre nossa relação? É isso. Simples, mas não é para qualquer um.”
E foi isso que o casal fez. Há três anos eles decidiram mudar de estratégia. “Colocamos tudo na agenda. Há três anos decidimos que duas vezes por mês teríamos o nosso tempo. Sairíamos tranquilos para conversar aquilo que não podemos discutir em casa, na presença dos filhos. Agora estamos vivendo a nossa fase do namoro e posso afirmar que isso melhorou muito a nossa vida conjugal. Nos curtimos muito mais do que antes”, diz Elaine.
A pesquisa foi realizada com 500 pessoas de todo o Brasil por meio de um formulário online. A principal condição para responder era seu casado, morar junto ou estar em um relacionamento estável.

Por Jaqueline Barros

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