Estudantes Prestam Depoimento Após Agredirem Colega em Escola de Glicério

A Polícia Civil iniciou, nesta quarta-feira (27/3), o processo de interrogatório das adolescentes suspeitas de agredirem uma estudante de 15 anos em uma escola estadual em Glicério, no interior de São Paulo. A vítima, que é diagnosticada com autismo e enfrenta desafios neurológicos, foi deixada seminua durante o incidente. O delegado responsável pelo caso, Guilherme Melchior Valera, confirmou que o primeiro depoimento de uma das alunas suspeitas está agendado para hoje e destacou que a investigação continuará após essa etapa. O caso está sendo tratado como "ato infracional análogo à lesão corporal".

Valera também informou que os depoimentos serão encaminhados ao Ministério Público e ao juiz da Infância e Juventude. Ele acrescentou que, embora o caso de agressão tenha sido grave, não houve registros anteriores de boletins de ocorrência relacionados a agressões na escola.

A agressão ocorreu na Escola Estadual Maria Mathilde Castein Castilho, em Glicério, um município com pouco mais de 4 mil habitantes. Imagens das câmeras de segurança mostram a vítima sendo arrastada pelos cabelos pelo corredor da escola. O conflito durou aproximadamente dois minutos e só cessou quando funcionários interviveram. Durante a briga, a blusa da vítima foi arrancada, deixando-a seminua na quadra da escola, diante de outros alunos.

A mãe da jovem, Marcia Rocha, testemunhou parte da agressão enquanto buscava sua filha na escola. Em entrevista à TV Tem, ela expressou sua angústia: "Eu vi tudo e não consegui salvar minha filha. Dói". Rocha também revelou que sua filha é frequentemente alvo de bullying e está em tratamento neurológico.

Após o incidente, as aulas foram suspensas e os pais foram buscar seus filhos mais cedo na escola. A Polícia Militar foi acionada para registrar a ocorrência. A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal na Delegacia de Glicério. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que três funcionárias que monitoravam os alunos separaram o conflito assim que ele foi identificado durante o intervalo. A vítima tem uma consulta marcada com um profissional do programa Psicológicos nas Escolas. A Ronda Escolar e o Conselho Tutelar também foram acionados. A Diretoria de Ensino de Birigui está investigando a conduta dos servidores no caso.



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