No terceiro dia de intensas buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, a polícia esteve a poucos metros dos criminosos, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça. A fuga, ocorrida em 14 de fevereiro, marca um episódio inédito na história do sistema prisional federal, e as autoridades enfrentam desafios consideráveis em sua captura.
Na noite de sexta-feira (16), os fugitivos invadiram a casa de um morador, rendendo-o por cerca de 4 horas. Enquanto ainda estavam na residência, um carro da polícia passou próximo ao local, abordando moradores na rua. Nesse momento, um dos criminosos estava na varanda assistindo às notícias da fuga, enquanto o outro, de pé, avistou a abordagem policial. Apesar da proximidade, os policiais não identificaram os fugitivos.
Os criminosos fugiram posteriormente, instruindo o morador a permanecer trancado em casa por motivos de segurança. Somente duas horas depois, o morador saiu para acionar a polícia, relatando o ocorrido. Durante o tempo em que estiveram na casa, os fugitivos jantaram, fizeram ligações e assistiram TV, ameaçando o morador para evitar denúncias.
As operações de busca, que já duram 10 dias, envolvem mais de 500 agentes, helicópteros, drones e cães farejadores. Apesar de algumas pistas deixadas pelos foragidos, eles ainda não foram localizados até a manhã desta sexta-feira (23). As buscas se concentram nas zonas rurais e áreas de mata de Mossoró e Baraúna, mas as características naturais da caatinga, o bioma da região, tornam o trabalho desafiador.
Na quinta-feira (22), a Polícia Federal prendeu três suspeitos de auxiliarem os fugitivos, indicando possível apoio da facção criminosa Comando Vermelho. Críticas à operação surgiram, questionando o uso prolongado do aparato policial, considerado dispendioso. O ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, José Vicente da Silva Filho, apontou que o prolongamento das operações pode impactar outras áreas onde as forças de segurança são necessárias, e expressou preocupação com os custos associados à mobilização policial. No entanto, não estimou o valor total gasto até o momento.
José Vicente destacou que, em 2023, mais de 7 mil foragidos da Justiça foram registrados no Rio Grande do Norte, ressaltando a complexidade do desafio enfrentado pelas autoridades.
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