Grupo tenta ajudar mulher que teve dinheiro furtado em pensão em Rio Preto


“Meu nome é Rita, vendo bala. Me ajude a voltar para a minha terra. Me roubaram tudo”. O cartaz, exibido por uma senhora no semáforo da avenida Juscelino Kubitschek, em Rio Preto, sensibilizou dois amigos. Ao descobrirem qual era a história por trás daquele pedido de socorro, eles se mobilizaram não só para ajudar a mulher a retornar para casa, como para reparar a injustiça de que ela foi vítima.

Há cinco meses, a desempregada Rita Portela Coutinho, de 57 anos, saiu de Buriticupu, no interior Maranhão, com destino a Rio Preto. Por indicação de uma amiga que trabalhou na cidade, ela pretendia juntar dinheiro para reformar a casinha simples no Nordeste do País.

“Trabalhei de sol a sol, todos os dias, vendendo bala no semáforo. Quando já tinha o dinheiro suficiente, comprei a passagem de volta para casa. Estava tão feliz! Mas no dia que eu iria embarcar, levaram tudo que eu tinha, até a passagem”, conta.

Rita morava em um quarto de pensão no Centro da cidade. No dia 10 de abril, enquanto tomava banho, ela deixou a porta do quarto destrancada. Uma pessoa entrou e furtou a pochete dela, contendo dinheiro, cartões bancários, documentos pessoais e o aparelho celular.

Em poucos minutos, o criminoso foi a um caixa eletrônico e transferiu todo o saldo de R$ 9.828, fez quatro compras no cartão que totalizaram R$ 300 e ainda contratou um empréstimo pessoal de R$ 4.929.

“Eu fui ao banco pedir o cancelamento do cartão, mas exigiram que eu apresentasse boletim de ocorrência antes. Não sobrou um real para almoçar no Bom Prato. Nas três noites seguintes tive que dormir na rua”, emociona-se.

Funcionários da loja onde Rita comprava as balas ficaram com pena dela e doaram algumas caixas de doce para ela recomeçar.

O semblante triste da mulher, cuja trajetória de luta faz aparentar mais idade do que tem, chamou atenção de um motorista que transitava pela JK. Ele estacionou o carro e foi conversar com ela.

“Eu só chorava, estava desolada. Ele comprou uma marmita pra mim e disse que iria pedir para um amigo advogado me ajudar a recuperar o dinheiro. Então voltei a ter esperança”, conta Rita.

Na mesma semana o advogado Daniel Gonçalves conversou com a mulher para entender a história e ajuizou uma ação de indenização contra o banco.

“Um pix no valor de R$ 9,8 mil e quatro compras subsequentes é algo totalmente fora do perfil da vítima. O banco deveria ter mecanismos de segurança para bloquear esse tipo de operação”, explica Gonçalves, que é especialista em direito bancário.

Enquanto a Justiça abre prazo para contestação, os amigos criaram uma vaquinha virtual para ajudar Rita a permanecer na cidade, já que ela precisará comparecer nas audiências. O link para contribuir é vakinha.com.br/vaquinha/reforma-da-casa-fabio-bellodi-buzzini, que está em nome de outro integrante do grupo que apoia a mulher. Também é possível contribuir pelo pix da mulher, cuja chave é o celular 17 98181-9647.

Na esfera criminal, o delegado João Lafayette Sanches Fernandes, do 1º Distrito Policial, informou que o autor do furto da pochete já foi identificado pela Polícia Civil e indiciado. “O dinheiro não foi recuperado, infelizmente”, disse.

Fonte: Diário da Região



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