Voltou para casa no fim da noite desta última quinta-feira
(11/04/2019), o casal de adolescentes de Potirendaba que estava
desaparecido há dois dias. Jheimes Felipe Scaranello, de 16 anos, contou
para a Gazeta suas aventuras que deixaram não só os pais, mas como toda a região noroeste preocupada.
Simples, humilde e vergonhoso, o garoto de um metro e meio de altura
abandonou os estudos cedo e hoje ajuda os pais na fazenda onde mora, a
poucos quilômetros de Potirendaba. Sem ambição e vivendo uma vida
bastante tranquila, o pai do menino conta que ele nunca saiu de perto da
família nem mesmo para andar à cavalo. “Nunca passou pela minha cabeça que ele pudesse fazer esse tipo de
coisa, pois é um menino tranquilo, quieto, sempre me ajudou aqui na lida
da fazenda, tirando leite e mexendo com o gado. Se ele vai dar uma
volta à cavalo ele me pede”, comenta o pai Rivael Scaranello.
Jheimes conta que naquela noite não dormiu para poder não perder a
hora. Um dia antes já havia combinado com a namorada, Anita Fernanda da
Silva do Vale, de 14 anos, que caso ela não topasse, ele iria sozinho. O
destino? Um rancho de um tio, na cidade de Sales. O motivo?
Desestressar.
Tomou o cuidado em tirar os documentos do pai do carro, pegou as
chaves do ranho, colocou todas as roupas que precisava no porta malas,
desengatou o veículo e empurrou para que ninguém percebesse. Já a alguns
metros da casa, ele então deu partida e seguiu da fazenda em direção à
casa da namorada no Centro de Potirendaba.
“Peguei ela, desligamos os celulares para que ninguém nos incomodasse
e fomos embora por estradas de terra, até o rancho. Lá a gente pescou,
dormiu e descansou que era o meu objetivo. Eu queria dar uma relaxada”,
conta Jheimes dando risada.
“Eu levantei de madrugada para tirar leite e percebi que o carro não
tava aqui e ele não estava na cama dormindo. Na hora eu tive a ideia de
ir na casa da namorada dele e perguntei para a mãe dela se ela estava em
casa e quando ela olha na cama dela, ela também não estava. Foi então
que imaginamos que os dois estavam juntos”, fala Rivael.
O sumiço dos adolescentes gerou preocupação e uma grande repercussão
regional. Buscas foram realizadas por policiais em canaviais e praças de
pedágios que o veículo pudesse ter passado. Questionado se durante o tempo em que passou no rancho não imaginou
que todos estavissem preocupados com o desaparecimento deles, ele
comenta. “Eu imaginei que todo mundo estaria preocupado, mas se eu
contasse para alguém, nunca que alguém deixaria eu fazer esse tipo de
coisa. Então eu pensei em ficar só alguns dias, mas quem quis vir embora
primeiro foi ela (namorada)”, diz.
Já era noite quando os dois decidiram pegar o carro e voltar para
casa após passar dois dias sem dar notícias. Ao chegar em casa o alívio
da família.
“A gente ficou muito aliviado e feliz em ver que eles estavam bem e
de volta para casa. Infelizmente passou de tudo pela nossa cabeça,
principalmente pela quantidade de dias desaparecidos”, fala o pai. Em meio à tantas histórias tristes, hoje felizmente a Gazeta conta
uma com um final feliz e com uma lição do próprio adolescente: “Aprendi
que jamais eu poderia ter feito esse tipo de coisa. Infelizmente foi
minutos de bobeira, mas que eu não faria de novo jamais”, finaliza
Jheimes. (Foto: Luiz Aranha/Gazeta do Interior)
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