Publicitário preso em operação contra pornografia infantil tinha programa que compartilhava imagens na web, diz polícia




O publicitário de 38 anos preso ao ser flagrado com materiais de pornografia infantil possuía um programa de computador capaz de baixar imagens e compartilhá-las automaticamente na internet, segundo o delegado responsável por cumprir o mandado de busca em apreensão, Marcos Costa. 

A prisão do suspeito foi feita às 6h desta quinta-feira (28), em Araçatuba (SP), durante a 4ª fase da Operação Luz na Infância, que apura crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet em todo o país. 

“Essa é a informação inicial que temos. O suspeito vai ser autuado por compartilhar o material, mas o programa será periciado e poderemos falar mais sobre ele”, diz Marcos Costa.
Segundo o delegado, durante vistoria na casa do publicitário, foram apreendidos pen drives, CPU de computador, um revólver do tipo airsoft, uma espingarda de pressão, munições de diversos calibres, inclusive de uso restrito das forças armadas, e um sapato de criança. 

“Ele disse que o sapatinho foi um presente que ele recebeu de um amigo”, afirma o delegado. 

A operação foi coordenada pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As investigações começaram em outubro do ano passado.
De acordo com Marcos Costa, compartilhar imagens com conotação sexual envolvendo crianças é crime, mas armazenar também é uma conduta criminosa e as pessoas que estão atrás dos computadores não ficam impunes.
“Hoje, nós temos métodos de informática muito avançados. Estamos rastreando todas as pessoas que fazem buscas por cena de sexo ou possuem vídeos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes. Com isso, conseguimos realizar as prisões”, explica Marcos Santos.O publicitário vai passar por uma audiência de custódia nos próximos dias. Enquanto isso, ficará à disposição da Justiça, já que não foi arbitrada fiança.

Outras prisões

Na região de São José do Rio Preto (SP), também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Ao todo, quatro pessoas foram presas.
Em Mirassol (SP), uma dupla de irmãos foi detida no bairro Portal da Cidade Amiga. Dois computadores que armazenavam vídeos de pornografia infantil, um tablet, três celulares e um pen drive foram apreendidos.
Os suspeitos foram ouvidos e liberados. Um deles confessou que baixava o material pornográfico.
Em Estrela d´Oeste (SP), um mecânico de 40 anos também foi preso por armazenar imagens pornográficas com crianças na casa dele, em um conjunto habitacional do município. Ele foi levado para a delegacia e prestou esclarecimentos.
A última prisão ocorreu em Novo Horizonte (SP).
Munições apreendidas pela polícia durante a operação Luz da Infância — Foto: Reprodução/TV TEM Munições apreendidas pela polícia durante a operação Luz da Infância — Foto: Reprodução/TV TEM Munições apreendidas pela polícia durante a operação Luz da Infância — Foto: Reprodução/TV TEM

Investigação

Os alvos foram identificados pela equipe do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, com base em informações coletadas na internet.
O conteúdo foi repassado às Polícias Civis, para apuração das Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Repressão a Crimes Informáticos.
Após a apuração, as delegacias instauraram inquéritos e solicitaram as buscas à Justiça, conforme explicou o coordenador do laboratório de inteligência da Secretaria de Operações Integradas, Alesandro Barreto.
"O Ministério da Justiça acionou os estados e os estados investigaram, as polícias civis estaduais instauraram inquéritos, e solicitaram mandado de busca. No decorrer do cumprimento dos mandados, elas encontram situação de fragrante e conduzem os presos para as delegacias", explicou.
Para a operação, foram analisados 237 mil arquivos, um volume de 710 GB de dados.
Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, reforçou a importância da parceria da pasta com as polícias dos estados.
"Não foi um trabalho exclusivo do Ministério da Justiça, isso foi feito em parceria com policias estaduais, mas o trabalho foi coordenado a partir daqui. Pesquisas, investigações via cibernéticas foram feitas concentradas aqui no Ministério da Justiça. Esse material foi disseminado para os órgãos de investigação estaduais que propiciou a realizar essa operação", disse.


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