A partir do dia 1ª de julho, as novas diretrizes que aperfeiçoam o uso do cheque especial, aprovadas nesta terça-feira (10), pelo conselho de autorregulação da FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos, começam a entrar em vigor. Porém, de acordo com o economista rio-pretense Roosevelt Bormann Filho, as novas regras não são tão boas assim para a população.
“Essas são algumas regras muito interessantes, porque existe certa pressão do governo e da opinião pública em relação à queda da taxa de juros. Então, essa movimentação da FEBRABAN vai em cima disso, mas temos que levar em conta que o Brasil tem uma das maiores concentrações bancárias do mundo. Mais de 80% do crédito está nas mãos dos grandes bancos. Então, a concorrência é muito pequena e esse é um dos motivos que a taxa de juros não cai no Brasil, como deveria”, disse o economista.
Segundo a FEBRABAN, as novas normas pretendem promover e estimular o uso adequado do limite concedido no cheque especial, que é uma modalidade de crédito rotativo, sem garantia, vinculado à conta corrente, para ser usado em situações de emergência e de forma temporária.
Ainda de acordo com a FEBRANBAN, os bancos se comprometem a mandar um alerta quando o cliente “entrar” no cheque especial; caso use mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos, o cliente vai receber uma proposta do banco, para, se quiser, mudar para uma linha de crédito mais barata; no extrato, o limite do cheque especial será mostrado sempre à parte, separado do saldo da conta e todo cliente pode, a qualquer momento, mudar para uma linha de menor custo.
“Medidas como essa estão sendo tomadas para dar uma satisfação para a opinião pública e o governo e tentar, dessa forma, fazer com que os juros caiam em uma movimentação mais rápida. De qualquer forma, mesmo existindo uma queda, que vai acontecer, devido a essas características, não vai representar de nenhuma forma uma oportunidade boa para a população entrar no cheque especial, porque vai continuar com taxa de juros alta”, ressaltou Roosevelt Bormann Filho.
O economista ainda advertiu sobre o uso do cheque especial. “O cheque especial deve ser utilizado com emergência, somente no caso de emergência. Não é uma opção de crédito boa e nem vai ser. Assim como também não é o cartão de crédito”, finalizou.
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