Segundo o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), o músico tenta garantir a abertura das galerias do Congresso
O cantor Lobão, que tem participado de manifestações contra o governo, está no Congresso e, segundo o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), tenta participar da votação do decreto que prevê alterações das regras da meta fiscal. Segundo o parlamentar, Lobão teria pedido a abertura das galerias ao público.
Lobão foi ao Congresso para participar da sessão que deve votar mudanças nas regras da meta fiscal
Na noite desta terça-feira (2), houve confronto entre manifestantes e seguranças do Congresso durante a sessão que deveria votar o decreto do governo.
Os parlamentares de oposição aproveitaram o fato o atrito entre manifestantes e seguranças, além do fechamento das galerias na sessão desta quarta-feira (3), para criticar o governo. Os partidos da base aliada tentaram defender o governo.
O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), leu matéria de 2001 em que o então presidente da Câmara, Aécio Neves, decidiu limitar a 60 pessoas a entrada de manifestantes no Plenário. “Foi feito da mesma forma que o presidente Renan fez ontem, com senhas para os partidos, mas a situação ficou impossível”, disse.
Aécio disse que, naquela ocasião, mesmo com restrições, as galerias estavam abertas, mas hoje estão vazias. Já Renan foi breve, e disse apenas que agiu para garantir os trabalhos dos parlamentares.Fontana defendeu a decisão do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, de impedir a ocupação das galerias, porque ontem houve um tumulto que ele considerou grave. “O que vimos foram deputados subirem às galerias e de lá comandarem uma manifestação”, disse.
O deputado Sibá Machado (PT-AC) lembrou que houve momentos em que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ocupou a Câmara, índios já invadiram o Plenário, e cabe à Mesa garantir os trabalhos. “É direito da oposição tentar impedir as votações no debate, mas vence quem tem a maioria, e não pode esse direito se estender às galerias”, disse.
O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), disse que é um precedente ruim para o Congresso reunir-se sem a presença de pessoas que vêm assistir às votações. Para ele, era preciso negociar com os manifestantes que têm o direito em qualquer votação, e não apenas as que agradam o governo. “Nunca vi pessoas se manifestarem antes por mais superávit, por arrocho e economia de gastos. Se manifestam por saúde, por educação, mas é um direito de quem se manifesta”, disse.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) disse que além do acesso às galerias o próprio acesso à Câmara está restrito, e lamentou essa decisão.
O senador José Sarney (PMDB-AP) foi impedido de entrar na Chapelaria do Congresso por manifestantes contrários ao projeto do governo que altera o cálculo do superavit fiscal. Os manifestantes balançaram o carro e deram tapas na lataria, obrigando o motorista a seguir adiante para outra entrada. Apenas cerca de 15 manifestantes permanecem no local, barrados pela Polícia Militar e pela Polícia Legislativa.
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