
O advogado Roberto Podval, que defende o casal Nardoni, afirmou após o terceiro dia de julgamento do caso Isabella que só vai definir sobre o pedido de acareação da mãe da criança, Ana Carolina Oliveira, com os réus após interrogatórios dos acusados que começa na quinta-feira (25).
- Não sei se pedirei [a acareação]. Eu dependo dos interrogatórios. A acareação é feita para contrariar pontos [dos depoimentos] dos acusados e da mãe. Tenho muito interesse em fazer.
Podval levantou dúvidas sobre como o procedimento seria conduzido no tribunal do júri. Ele afirmou que pode vir a se sentir “castrado, cerceado”. Entre as questões que o defensor tenta avaliar, estão quais serão as perguntas e a forma como elas serão feitas.
-Talvez, alguns pontos que eu queira tratar não me permitam.
O promotor Cembranelli definiu uma possível acareação como um “ato de desespero” da defesa.
O advogado Roberto Podval dispensou na tarde desta quarta-feira a maior parte das testemunhas convocadas exclusivamente pela defesa. Ele justificou que a demora do julgamento atrapalha a defesa, a última a ser ouvida em júri.

- Não sei quantos jurados teriam paciência em nos ouvir [os depoimentos].
Podval criticou as explicações dadas pela perita criminal Rosangela Monteiro sobre as conclusões do laudo. A especialista disse, com base em evidências colhidas na cena do crime, que Alexandre Nardoni jogou a filha do sexto andar. Entre as evidências, ela citou testes que reproduziram como o suspeito teria arremessado a criança através da tela de proteção.
Em uma das simulações feitas com um peso de 25 kg – equivalente ao da menina Isabella – a camiseta ficou com marcas “compatíveis” as da que Alexandre usava na noite do crime. Podval criticou a simulação.
- Não fiquei confortável com a explicação que me foi dada. Condenar alguém por isso me parece muito equivocado.
O advogado também criticou o fato de a maquete, produzida pela promotoria, não reproduzir uma mancha de sangue encontrada na porta do quarto de Isabella.
Terceiro dia
O terceiro dia do julgamento do caso Isabella foi encerrado às 19h desta quarta-feira (24), sem que os réus Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá começassem a ser ouvidos.
O juiz Maurício Fossen decidiu encerrar as atividades após os advogados do casal Nardoni anunciarem a dispensa de oito das dez testemunhas exclusivas da defesa. Na sequência, Fossen avaliou a possibilidade de acareação entre Ana Carolina Oliveira e os Nardoni. Ele chegou a negar o pedido da defesa, mas em seguida voltou atrás.
Fossen decidiu reconsiderar quando estava fundamentando a decisão com base na lei 11.689/08, que alterou os procedimentos durante o tribunal do júri, que só permitia a acareação entre testemunhas. O juiz percebeu que esta lei feria o direito constitucional de plenitude de defesa e optou por mudar sua decisão.
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