
A atriz Regina Duarte toma posse nesta quarta-feira (4) como Secretária Especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro. No cargo, Regina terá a função de pacificar os ânimos entre artistas e governo, além de gerenciar todas as políticas públicas federais ligadas à cultura nacional.
O comando da secretaria será o primeiro cargo público formal assumido por Regina. Por mais de 50 anos, a atriz manteve contrato com a Globo.
A parceria resultou em 31 novelas, centenas de episódios de séries e minisséries e o apelido de "Namoradinha do Brasil", ainda nos anos 1970. O contrato foi encerrado em comum acordo no fim de fevereiro.
"Deixar a TV Globo é como deixar a casa paterna. Aqui recebi carinho, ensinamentos e tive a oportunidade de interpretar personagens extraordinárias, reveladoras do DNA da mulher brasileira. Por mais de 50 anos sinto que pude viver, com a grande maioria do povo brasileiro, um caso de amor que, agora sei, é para sempre", afirmou Regina em nota.
A trajetória artística se misturou à presença eventual em discussões políticas do país, desde o fim da ditadura militar. Em entrevistas, Regina Duarte disse ter lutado no movimento Diretas Já, que pedia a volta das eleições diretas para cargos do Executivo e do Legislativo em 1984.
"Eu me enfiei embaixo de porta na [Rua] 25 de Março, fechando, quase me esmagando, para fugir da cavariça. Eu participei de palanques no Anhangabaú ao lado de Lula, sabe, pelas Diretas Já, pela anistia ampla, geral e irrestrita, a Revolução dos Cravos", declarou, em entrevista ao programa "Conversa com Bial" em 2019 (veja vídeo ao fim desta reportagem).
Da redemocratização para cá, Regina manifestou apoio a candidaturas políticas, participou de programas eleitorais e subiu em trios elétricos de protestos, como os que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.
Regina Duarte também teve atuação política ao longo da carreira como atriz, com apoio declarado a políticos, a exemplo do que ocorre com o presidente Jair Bolsonaro.
Em 1985, ao interpretar a Viúva Porcina em "Roque Santeiro", Regina participou da campanha de Fernando Henrique Cardoso à prefeitura de São Paulo – a primeira após o fim da ditadura militar. O apoio se repetiu em 1998, quando FHC tentava a reeleição como presidente.
POR:(G1)
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